domingo, 1 de fevereiro de 2015

LIÇÃO DE CASA


O 2015 do Grêmio começa com a obrigação de fazer a "lição de casa". E a lição de casa é ganhar o Campeonato Gaúcho. Provavelmente esse sentimento tenha levado mais de 19 mil gremistas neste sábado, à Arena, para assistir a estreia no Gauchão contra o União Frederiquense. E o time, se não deu show na estreia, fez o que se esperava: ganhou por 3 a 0 e sem maiores dificuldades. Afinal, ganhar em casa numa estreia de campeonato regional não é mais do que a obrigação de um time que precisa se afirmar para acabar com a seca de títulos. Para melhorar a situação, já no domingo o Lajeadense tirou dos pontos do Inter, empatando com o colorado em casa. 

No primeiro tempo o Grêmio fez o que se esperava: não deixou o adversário gostar do jogo e mostrou logo as credenciais: o primeiro gol saiu aos 16 minutos, num pênalti convertido por Barcos. Quatro minutos depois, Moreno chutou de dentro da área, o goleiro deu rebote e Barcos mandou para as redes. Com 2 a 0 em 20 minutos, o Grêmio administrou o jogo. O União Frederiquense pouco chegou à frente. 

Já no segundo tempo o Grêmio caiu de produção e contou com as boas defesas de Marcelo Grohe para manter a vantagem no placar e a tranquilidade no jogo. O terceiro gol saiu aos 40 do segundo tempo: Barcos recebeu, buscou a linha de fundo pela esquerda e cruzou na cabeça de Everton, que cabeceou fácil para as redes. 

Algumas impressões sobre o time: 

1 - a dupla gringa no ataque não funciona. Com Barcos e Marcelo Moreno no ataque a vida dos marcadores fica mais fácil. O ataque fica lento e pesado. 

2 - Lincoln, o guri de 16 anos que entrou com a 10, no lugar de Douglas, com problemas burocráticos de inscrição, jogou bem. Jogou fácil e mostrou que tem um bom passe. 

3 - nas laterais, Galhardo, pela direita, buscou a linha de fundo, voltou bem para marcar e tabelou bem. Pela esquerda, Hermes mostrou timidez no apoio, mas defendeu bem. 

4 - No meio de campo, Felipe Bastos dá segurança ao time. Araújo jogou bem, mas se complicou e conseguiu ser expulso num jogo fácil, 

5 - Entre Barcos e Moreno, Barcos vai melhor, tem mais disciplina tática. Mas se confirmada a ida de Pirata para o futebol chinês, o time não fica órfão de centroavante. 

6 - A gurizada que vem da base, como por exemplo Everton, Lincoln, Luan e Walace - esses dois vêm do time do ano passado - têm tudo para dar conta do recado. 


domingo, 9 de novembro de 2014

A VELHA PATROLA AZUL ESTREOU NA ARENA

O GREnal parecia mais vídeo game. E não só pela bela imagem do perfil do Grêmio no Facebook

Os velhos e bons tempos da patrola voltaram. O Grêmio  de Felipão atropelou o Inter do freguês Abelão por 4 a 1, na Arena, devolvendo o placar da final do Gauchão e mostrando que parece que a gangorra vai mudar de lado no futebol gaúcho. Os colorados, como se comentou durante toda a semana , entrevam como “favoritos”. E foi assim que começaram a jogar, de salto alto, imaginando que poderiam ganhar o jogo a qualquer momento.

Mas enquanto o Inter desfilava “favoritismo”, o Grêmio desfilava futebol. Chegou algumas vezes com perigo, até que 27 do primeiro tempo, Dudu fez boa jogada pela direita – o zagueiro colorado está procurando Dudu até agora – e tocou para Luan, que de carrinho empurrou a bola para o fundo das redes. Os colorados ameaçaram reagir, mas o Tricolor chegava bem nos contra-ataques.

Logo no começo do segundo tempo, aos 3 minutos, Luan tabelou com Dudu e deixou Ramiro na cara do goleiro colorado: 2 a 0 para nós e nada do Inter “entrar em campo”.

O Inter descontou com um gol de razoável plástica de Rafael Moura aos 19 e foi aí que entrou a mão de mestre Felipão, para transformar o Grêmio no time que só ganha de 1 a 0 num goleador impiedoso: Alan Ruiz entrou no lugar de Luan e só precisou de 15 minutos em campo para avacalhar com a defesa colorada e tirar o sempre provocador Dalessandro do sério – a entrevista do camisa 10 do colorado depois do jogo estava hilária!

Aos 30 do segundo tempo, o meia argentino do Grêmio foi caçado perto da lateral, Falta pra nós. Zé Roberto  cobrou, Rodolfo desviou no primeiro pau e Alan Ruiz estava lá para mandar para o fundo das redes. Com os colorados atormentados, jogada rápida, Giuliano recebeu e tocou para Alan Ruiz: o meia deixou um colorado no chão e mandou sem dó para o fundo das redes. Na comemoração, os colorados perderam a esportiva e partiram pra cima do camisa 11 Tricolor. Primeiro foi Rafael Moura, depois, Dalessandro, sucedendo-se no “piti” vermelho. O juiz sequer deu amarelo para o meia colorado, que merecia a expulsão.

Esperto, Felipão substituiu o Hermano, que já provocou algumas expulsões nesse brasileiro – como por exemplo Fred, no primeiro turno – antes que ele provasse do próprio veneno.


Com a goleada, o Tricolor cresce na hora certa de garantir vaga na Libertadores e de quebra deixar o Inter fora do G-4. Não poderia ser melhor. Felipão na casamata Tricolor é garantia de dias melhores. 

domingo, 24 de agosto de 2014

O GRÊMIO VELHO DE GUERRA VOLTOU

O Felipão voltou. E o Grêmio velho de guerra também. A vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians foi significativa, nem tanto pelo resultado, mas pela forma como o time jogou. O bem articulado Corinthians deu trabalho, mas o começo avassalador do segundo tempo, com um gol aos 15 segundos e outro poucos minutos depois resolveu a parada. O Grêmio velho de guerra dá carrinho, manda a bola para a arquibancada e é fulminante quando ataca. Se tinha duas bolas para resolver o jogo, elas apareceram e foram aproveitadas.

O Grêmio da nova Era Felipão já vinha fazendo bons confrontos. Foi assim no GREnal e contra o Cruzeiro, no qual uma falha no final deu a vitória aos mineiros, depois do goleiro cruzeirense ter feito três vitórias milagrosas, em dois chutes de Dudu e um de Luan. Seriam dois resultados relevantes pelo que representam os adversários, não por acaso, líder e vice líder do Campeonato até o começo da rodada.


O Grêmio não é candidato ao título, que deve ficar entre os quatro primeiros colocados na tabela hoje – Cruzeiro, São Paulo, Inter e Corinthians e Fluminense correndo por fora. Mas o que apareceu hoje no gramado da Arena é um time que entra pra disputar título na Copa do Brasil, que é tão difícil quanto o Brasileiro, mas que tem um formato mais favorável ao Grêmio. 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

#OFELIPÃOVOLTOU


Há males que vem para o bem. Os 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil na Copa do Mundo e a derrota de domingo para um Coritiba que patina na zona de rebaixamento em plena Arena serviram para colocar o comandante de uma  das melhores fases da história do Grêmio – os anos 90 – de volta no caminho do Imortal. Luiz Felipe Scolari foi anunciado nesta terça-feira pela direção do Tricolor para assumir a casamata.
Em que pese o tropeço na Copa do Mundo, com um time reconhecidamente mal treinado – isso não se nega – Felipão é vencedor e tem condições de recolocar o Grêmio no caminho das vitórias. O retrospecto dele é inquestionável: ganhou duas Libertadores, várias Copas do Brasil, um brasileiro e uma Copa do Mundo como treinador. Conhece futebol e tem uma química especial com o Grêmio.

Talvez a chegada de Felipão não ocorra a tempo de salvar a temporada. Mas é certo que, na sequência do trabalho o Grêmio vai voltar a conquistar títulos importantes. Por isso a volta do comandante é uma notícia a ser comemorada. 

quarta-feira, 2 de julho de 2014

GRÊMIO DESEMBARCA NO NORTE DO PARANÁ COM NOVIDADES


O Grêmio que desembarcou hoje à tarde em Maringá e que enfrenta vice e campeão Paranaense em amistosos amanhã e domingo – amanhã contra o Maringá, vice-paranaense e domingo contra o Londrina, no Estádio do Café – tem algumas alterações com relação ao time que empatou melancolicamente com o Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro, no seu último jogo oficial.

Marcelo Grohe segue no gol. Os dois zagueiros, Pedro Geromel e Rodolpho já foram titulares, mas não ao mesmo tempo, por causa de lesões. Nas laterais, Pará continua titular na direita e Breno sai jogando na esquerda – contra o Palmeiras quem jogou foi Marquinhos.

O meio de campo começa com Matheus Biteco e Ramiro como volantes e é completo por três meias: Alan Ruiz, Giuliano e Luan. Barcas joga nesse 4-5-1, que, com a bola nos pés pode ser mais ofensivo, principalmente pela presença de Luan, que teve boas atuações no primeiro semestre. A grande expectativa está depositada em Giuliano. Se melhorar o passe e a chegada da bola na frente, quem sabe Barcos saia da estiagem de gols no Campeonato Brasileiro.

Há mobilização de gremistas de Londrina e até de cidades não tão próximas, como Cascavel, para apoiar o Tricolor nas arquibancadas do Estádio do Café. No Wilie Davis é um pouco mais difícil para quem não mora em Maringá porque o jogo é dia de semana à noite. Mas há perspectiva de área de visitantes lotada no Estádio do Café. Com o Grêmio onde o Grêmio estiver.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

GRÊMIO VENCE BOTAFOGO DE VIRADA, ENGATA A TERCEIRA VITÓRIA CONSECUTIVA, MAS AINDA ESTÁ DEVENDO FUTEBOL

Maxi comemora o gol da virada, pedindo para ouvir a torcida - foto do perfil oficial do Grêmio no Facebook

Com os 2 a 1 de virada aplicados sobre o Botafogo, com gols de Rodriguinho e Maxi Rodrigues, ontem à noite, no Alfredo Jaconi (a Arena está cedida para a Copa), o Grêmio engatou a terceira vitória consecutiva e alcançou a vice-liderança do Brasileiro, com os mesmos 13 pontos que o líder Cruzeiro. Os mineiros vencem no saldo de gols. Em números, o Grêmio está no azul: são quatro vitórias, um empate e uma derrota em seis jogos, aproveitamento de 72,2%. A matemática é suficiente para evitar que Enderson Moreira tenha o mesmo destino que Wanderley Luxemburgo no ano passado: derrotado nas quartas de final da Libertadores, o time treinado pelo Profexô começou a patinar no Brasileiro. Foi demitido antes do fim da parada proporcionada pela Copa das Confederações.

A questão é que apesar dos números, o Grêmio ainda não convence em campo. Contra o Botafogo foi mais um jogo duro de ver e, pior, uma grande dificuldade para marcar gols. Nessa temporada, em jogos do Brasileiro ou da Libertadores – ou seja, excetuando o Gauchão – o Tricolor só fez três gols contra o Nacional de Medelin, na Arena. Foi o mesmo Nacional que cozinhou o Galo no mesmo Horto em que, na Libertadores do ano passado, o Atlético-MG era imbatível.

O melhor jogo do Grêmio no Brasileirão, por incrível que pareça, foram os 2 a 1 aplicados sobre o mesmo Galo mineiro, na Arena, com o time reserva. Foi uma partida de encher os olhos: pressão sobre o adversário e ataques rápidos, confundindo os marcadores. Poderia ter sido mais.
Depois da eliminação na Libertadores o Grêmio não perdeu – alias, o Tricolor caiu vencendo o San Lorenzo, perdendo apenas nos pênaltis –, mas também não jogou uma partida consistente. Logo na sequência do confronto com o time do Papa foi um empate sem gols contra o Santos, na Vila, num jogo esquecível, 2 a 1 sobre a Chapecoense fora, jogando apenas pro gasto, 1 a 0 sobre o Fluminense (o mesmo que goleou o São Paulo por 5 a 2 ontem) na Arena, tomando sufoco mesmo com um jogador a mais, e a vitória de ontem, em que valeu mais a fragilidade do Botafogo que as virtudes do Grêmio.


O próximo adversário é o São Paulo, que foi goleado ontem, mas que sempre é um time perigoso, com Pato, Ganso e outros bichos, num horário pra ninguém assistir, 21 horas de sábado. Depois Sport fora e Palmeiras no Jaconi e parada para Copa. Desses 9 pontos, importante era ganhar os 9, mas obrigação é ganhar do Sport, mesmo jogando fora e do Palmeiras (outro time que tem jogado feio, mas tem feito seus pontos, está com 9), porque o jogo é na Arena. É de se esperar que depois da folga para a Copa o time ganhe padrão e consistência, para que a torcida possa sonhar com dias melhores. Ainda assim, conquistar o Brasileiro neste ano é uma miragem. Mas sempre tem a Copa do Brasil. Mas para isso, é preciso melhorar o time.

EM TEMPO: com vitórias sobre Fluminense e Botafogo, o Grêmio encaminha o "bi-campeonato" da Taça Guanabara. Só falta o Flamengo, que está com um time mais fraco que o Flu. No ano passado o Grêmio ganhou de todos os cariocas no primeiro turno, "conquistando" a Taça Guanabara e ganhou de três deles e empatou com um - exatamente o Fluminense - no segundo turno, "conquistando" a Taça Rio. Nesse ano, com um carioca a menos, o rebaixado Vasco, ficou menos difícil.

domingo, 18 de maio de 2014

COM GROHE EM TARDE DE GORDON BANKS, GRÊMIO BATE O FLU E SE FIXA NO G-4


Valeu mais pelos três pontos do que pelo que se viu dentro de campo. O Grêmio "goleou" o Fluminense por 1 a 0 na Arena e Marcelo Grohe foi o melhor do Tricolor na partida. No primeiro tempo, num cabeceio de Fred, de dentro da área, o goleiro gremista deu uma de Gordon Banks - o goleiro inglês da Copa de 1970 que defendeu uma cabeçada a queima-roupa de Pelé. Não foi a única, mas foi a principal e mais plástica defesa de Grohe na partida deste domingo, pela quinta rodada do Brasileirão.

O primeiro tempo foi de um jogo equilibrado, com os dois times se alternando no domínio do jogo e sem pressionar muito o adversário. Os melhores lances do Grêmio até então foram com Pará, aos 4 minutos: o lateral invadiu a área, mas o goleiro do Fluminense saiu bem do gol e abafou. Aos 20, Rodriguinho passou por três e tocou para Barcos que chutou, mas a bola desviou na defesa e foi para escanteio.

O Fluminense também deu trabalho. No melhor lance dos cariocas no jogo, Fred cabeceou de dentro da área e Grohe viveu o seu dia de Gordon Banks. Depois desse lance ele fez outra grande defesa - não tão plástica - antes que o Tricolor abrisse o placar.

No momento em que saiu o gol da vitória, o Fluminense era melhor no jogo. Eram 36 minutos do primeiro tempo quando Werley deu um passe milimétrico para Rodriguinho, que apareceu por trás da defesa e chutou cruzado, sem chances para Diego Cavalieri.
Com a vantagem no placar, o Grêmio chegou mais algumas vezes ao ataque, sem grande perigo. E o adversário também não conseguiu chegar com perigo.

O segundo tempo começou equilibrado: logo aos 3 minutos, Barcos foi pego em impedimento depois de uma cobrança de falta de Rodriguinho. Barcos, por sinal, foi outro personagem do jogo: teve algumas chances boas para marcar, mas invariavelmente foi travado pela zaga.

O Fluminense pressionava quando, aos 23 do segundo tempo, Fred tomou o segundo cartão amarelo e foi expulso: ele simplesmente colocou a mão no pescoço de Alan Ruiz e foi flagrado pelo auxiliar de linha de fundo. Pouco antes ele tinha literalmente peitado Pará dentro da área, antes da cobrança de um escanteio.

Com um a mais e Zé Roberto no lugar de Alan Ruiz, Máxi Rodrigues no de Rodriguinho e Mateus Biteco no de Barcos, o Grêmio não conseguiu traduzir a superioridade numérica em gols. Foram criadas algumas boas chances, todas desperdiçadas e o time ainda por cima foi pressionado.

A vitória e o ingresso no G-4 ajudam bastante a acalmar os ânimos e a dar mais fôlego para o trabalho de Enderson Moreira, mas o time precisa melhorar muito. Tomar pressão dentro de casa com um jogador a mais não é o que se espera do Grêmio. Por sorte o próximo jogo é em "casa" - casa entre aspas porque por conta da Copa o Tricolor manda o jogo no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul - e o adversário é mais fraco: é o Botafogo, que oscilou de um 6 a 0 na rodada anterior, mas ontem tomou 2 a 0 do Goiás. Ganhar em casa é sempre obrigação. E contra o Botafogo é mais obrigação ainda.